segunda-feira, 25 de março de 2013

Seminário reúne representantes de movimentos sociais em Palmas

“Atenção, atenção... está no ar a Rádio Libertadora, atenção...” com a introdução da música dos Racionais MC's, tema do documentário sobre Carlos Marighella, teve início o Seminário “Construção do Conhecimento: relação dialética entre movimentos sociais e universidade”, realizado pelo IPDMS – Instituto de Pesquisa, Direitos e Movimentos Sociais, seção Tocantins.


O Seminário aconteceu no dia 23 de março, na Câmara Municipal de Palmas, e contou com a participação de representantes de 18 instituições e organizações sociais do Tocantins. Um dos objetivos do Seminário foi propor um debate sobre a construção conjunta entre a universidade e os movimentos sociais, além de apresentar o Instituto e potencializar as assessorias populares: jurídica, política e de formação.

Após a mística de abertura e apresentação da metodologia do Seminário, a conselheira Nacional do IPDMS e professora do curso de Direito da Universidade Federal do Tocantins - UFT, Shirley Andrade, apresentou o Instituto, sua história de fundação e destacou suas principais linhas de atuação. “Nossos princípios são a pesquisa-ação, a educação popular, o trabalho coletivo e o protagonismo estudantil e dos movimentos sociais”, ressaltou a professora.

No debate, os participantes manifestaram suas angústias, inquietações, indagaram sobre a forma de aproximação entre Universidade e Movimentos Sociais e destacaram a importância de criação do Instituto.

 
Professora do Curso de Jornalismo da UFT, Drª Cynthia Mara Miranda, falou sobre a importância da participação dos acadêmicos nestes espaços de construção. “Participar dos movimentos sociais marcou minha trajetória de vida. Como professora de Antropologia e Política Brasileira, sempre incentivo meus alunos a participar desses espaços de debate e construção. Eu fico feliz com a criação desse instituto. A Universidade deve estar junto com os movimentos e acredito que todos podem fazer diferença”, destacou.

“O MST entende que o espaço da Universidade é dos trabalhadores, assim o IPDMS tentando fazer esta ponte pode contribuir bastante com o movimento e com a luta da classe trabalhadora”, disse o representante do Movimento dos Sem Terra no Tocantins, Messias Barbosa.

Importância
“Fizemos muitas lutas, fizemos muitas marchas em que a universidade não estava presente. Mas eu vejo esse instituto como um espaço de saber e conhecimento, mais uma porta que se abre para os movimentos sociais, é a universidade se popularizando e precisamos ter em mente que popularizar a universidade não é só no espaço dela, pois em qualquer lugar pode estar presente”, pontuou a presidenta da Casa 8 de Março – Organização Feminista do Tocantins, Bernadete Aparecida Ferreira.

Estágio Interdisciplinar de Vivência (EIV)

Outra pauta do Seminário, foi a importância da participação acadêmica no EIV, destacada pela estudante de Direito da UFT, Izadora Nogueira, que falou sobre sua vivência em um estágio realizado em janeiro deste ano em Vitória da Conquista, interior da Bahia.

"O que eu sabia de movimento social era o que eu via no Jornal Nacional. Eu percebi com esse estágio vivência que não existe só o latifúndio da terra, mas também do conhecimento. O latifúndio do conhecimento tem que acabar, a universidade tem que ser do povo. Nós precisamos ocupar esse espaço”, destacou Izadora, que apresentou a forma organizacional do EIV, que é realizado em três fases, a partir do método Josué de Castro, que consiste em prática, teoria e prática: educativa, vivencia e avaliativa.

A fala de Izadora foi seguida por Vinicius Luduvice, professor da Rede Municipal de Ensino, que destacou que as universidades são inacessíveis ao povo. “Se a universidade não foi feita pra gente, ela vai ter que ser nossa. Precisamos de mais gente, precisamos ser povo. Precisamos do movimento aqui junto com a gente. Temos uma teoria revolucionaria, mas precisamos nos organizar. Só a classe trabalhadora pode se transformar”.

Unificar as lutas
Para o coordenador do Centro de Direitos Humanos de Porto Nacional, Ricardo Mora, existe uma necessidade dos movimentos se fortalecerem por meio da participação em todas as lutas. “O movimento social está fragmentado e assim enfraquece a luta. É muito difícil combater a alienação, hoje na Universidade, por exemplo, é mais forte os movimentos religiosos, sem um caráter transformador”.

Estudante do curso de Direito da UFT, Domilto Karajá, falou da importância entre a troca de conhecimento dos movimentos sociais. “Nós, índios, buscamos apoiar a luta de vocês e buscamos apoio de vocês. A troca entre os movimentos é muito importante”.

Construção dos movimentos sociais
Último expositor do Seminário, o coordenador do Grupo Temático de Cidades do IPDMS, professor dor curso de Direito da UFT, Dr. João Aparecido Bazolli, falou da construção entre movimentos sociais e destacou o distanciamento da Universidade com a sociedade.

Manifestação
Com o término do Seminário, os participantes compuseram a manifestação contra a permanência do deputado federal Marco Feliciano (PSC), como presidente da Comissão de Direitos Humanos e Minorias da Câmara Federal.

Representações
Participaram do Seminário representantes da Organização Popular por Moradia (OPM), Movimento dos Sem Terra (MST-TO), Central Única das Favelas do Tocantins, Movimento Universitário da Diversidade Afetivo Sexual (Mudas-UFT), Centro Acadêmico de Ciências Sociais Florestan Fernandes (UFT/Tocantinópolis), Coletivo Jovem de Meio Ambiente do Tocantins, Conselho Estadual de Segurança Alimentar, Centro Acadêmico de Jornalismo da UFT, Cedeca Glória de Ivone, Centro de Educação Popular (CEP), UFT-IAB, CDH de Palmas, Centro Acadêmico de Direito – UFT, Movimento Nacional de Luta pela Moradia, Casa 8 de Março – Organização Feminista do Tocantins, Iny Mahadu Coordenação, Juizado Infância e Juventude, Ulbra/ Centro Direitos Humanos, CDH de Porto Nacional/MEDH-TO, Comsaúde, Gruconto, Fetaet, Núcleo De Estudos das Diferenças de Gênero da UFT, Consulta Popular, Levante Popular da Juventude e Campanha Permanente Contra Agrotóxico e Pela Vida.

(Flávia Quirino com colaboração de Jeffirson Ramos da Silva e Rose Dayanne Santana)

quarta-feira, 20 de março de 2013

Convite Jornada de Lutas Tocantins



Olá companheirxs de luta,

Viemos por meio deste, informar que em reunião realizada no dia 23 de fevereiro de 2013, em São Paulo, com várias entidades e movimentos sociais ligados a juventude brasileira, foi tirado para os dias 25 de março a 01 abril a realização, em todo Brasil, da “Jornada de Lutas da Juventude Brasileira”.

Nós, movimentos e entidades sociais ligadas à juventude do Tocantins, convidamos as jovens e os jovens dos movimentos e entidades sociais do estado para uma Roda de Diálogos, a ser realizada no dia 26 de março de 2013, a partir das 17 horas, no Campus da UFT, em Palmas, no espaço aberto próximo à Biblioteca, para que possamos construir de forma unificada a força e os instrumentos de luta necessários à juventude tocantinense.

Teremos um espaço de Hip Hop, junto com uma apresentação de teatro, e em seguida um espaço de diálogo, para sistematização de uma carta com as demandas das juventudes.

A participação de todxs é necessária e fundamental!


segunda-feira, 11 de março de 2013

Nota de Solidariedade ao MST, ao MAB e a Via Campesina, pela ação de ocupação da Fazenda Aliança ocorrida no dia 07 de março de 2013.


Nota de Solidariedade do Instituto de Pesquisa, Direitos e Movimentos Sociais (IPDMS), seção Tocantins, ao MST, ao MAB e a Via Campesina, pela ação de ocupação da Fazenda Aliança ocorrida no dia 07 de março de 2013.

Nós, professoras, professores, pesquisadoras, pesquisadores, militantes, profissionais e estudantes do Instituto de Pesquisa, Direitos e Movimentos Sociais (IPDMS), seção Tocantins, viemos através desta Nota de Solidariedade, manifestar nosso apoio às mulheres do MST, MAB e a Via Campesina, pela ação de ocupação da Fazenda Aliança ocorrida no dia 07 de março de 2013, em defesa da agricultura camponesa e contra o agronegócio, e pela aceleração do processo de reforma agrária no Brasil.

A manifestação, liderada pelas mulheres do MST, do MAB e da VIA CAMPESINA, é legítima e faz parte da campanha nacional “Mulheres Sem Terra na Luta contra o Capital e pela Soberania dos Povos”, ação do movimento com relação ao Dia Internacional da Mulher, celebrado em 8 de março.

Entendemos que as mobilizAÇÕES que são acampadas pelo MST, MAB e VIA CAMPESINA representam a luta de milhares de brasileiras e brasileiros que vivem em situação de insegurança alimentar devido à constante falta de investimento e interesse do setor público na agricultura camponesa.

Cabe ressaltar que a agricultura camponesa é responsável por 70% da comida que vai para a mesa do povo brasileiro. Enquanto fazendas como a da família Abreu, localizada no município de Aliança do Tocantins, produzem somente o monocultivo do eucalipto para atender em grande parte somente aos interesses de setores internacionais da economia, desgastando cada vez mais a natureza do nosso país em troca do enriquecimento e benefício de pouquíssimas pessoas.


Por meio desta nota demonstramos nosso apoio de forma incondicional às ações do MST, do MAB e da VIA CAMPESINA, e consequentemente, afirmamos nosso apoio à luta pela reforma agrária, por mais investimento na agricultura camponesa e contra o uso de agrotóxicos nos alimentos.

Contra o Capital e pela Soberania dos Povos


Palmas, 11 de março de 2013.