quarta-feira, 26 de março de 2014

50 anos depois: Seminário discute Ditadura no Brasil

Nos dias 31 de março e 1º de abril acontece, no auditório da Assembleia Legislativa, em Palmas, o Seminário “1964, 50 anos depois: Ditadura no  Brasil, para que não se esqueça, para que nunca mais aconteça”. A atividade integra o Calendário Nacional de atividades da Rede Brasil Memória, Verdade e Justiça, em virtude dos 50 anos do golpe.

O Seminário tem como objetivo discutir e esclarecer o que foi o golpe civil-militar de 64. “Essa discussão é essencial no atual momento, quando vemos na grande mídia diversas manifestações que apoiam a ditadura vivida pelo Brasil, a despeito das mortes e violações de diretos humanos praticadas no período”, ressalta a coordenadora do Projeto no Tocantins, Patrícia Barba Malves.

A programação do Seminário inicia na segunda-feira, 31, às 19 horas, com a palestra “O Golpe Civil Militar 50 anos depois”, ministrada pelo Dr. Antônio Rago Filho, professor da PUC/SP.

Na terça-feira, 1º de abril, o Seminário segue com a programação com palestras, oficina e filme-debate, que pretendem discutir os impactos sociais do golpe civil-militar de 64 e os 21 anos de ditadura que se seguiram. “Também será feita uma abordagem da história do estado, em mesas redondas que tratarão da Guerrilha do Araguaia, um dos momentos mais violentos da ditadura militar, ocorrido nos estado do Tocantins, Pará e Maranhão”, explicou Patrícia Barba Malves.

O Seminário é realizado pelo CDHP - Centro de Direitos Humanos de Palmas, com o apoio do Ministério da Justiça e em parceria com a UFT - Universidade Federal do Tocantins, IPDMS - Instituto de Pesquisa, Direitos e Movimentos Sociais, Grupo de Pesquisa e Extensão “Repressão e Resistência à Ditadura Militar no Tocantins”,  Conselho Estadual de Direitos Humanos e o Comitê Memória, Verdade e Justiça do Tocantins.

O evento é gratuito e aberto a toda a comunidade. Será fornecido certificado de participação. Mais informações pelo telefone 3215-3309 ou pelo e-mail cdhdepalmas@gmail.com

REPÚDIO
Ainda na segunda-feira, 31, acontece um Ato em Repúdio aos 50 anos do Golpe Militar no Brasil. A concentração inicia às 16 horas, no Monumento em homenagem à Coluna Prestes, na Praça dos Girassóis, em Palmas.

Confira a programação do Seminário:
 
31/03 – Segunda-feira


18:00 – Credenciamento
19:00 – Mesa de Abertura
19:30 – Palestra “O Golpe Civil Militar 50 anos depois” (Dr. Antônio Rago Filho – PUC/SP)

01/04 – Terça-feira

08:30 às 09:30 – Palestra “O Histórico da Guerrilha do Araguaia no Norte Goiano, Pará e Maranhão.” (Prof. Dra. Patrícia Mechi – UFT)

10:00 às 11:00 – Palestra “Guerrilha do Araguaia, Lei de Anistia e a condenação pela Corte Interamericana de Direitos Humanos.” (prof. Me. Aline Salles – UFT)

11:00 às 12:00 – Debate

14:00 às 16:00 -  Oficina “A ditadura civil-militar brasileira nas representações da grande imprensa: a batalha da Maria Antônia e a Copa do Mundo de 70.” ( IPDMS e Grupo de Pesquisa e Extensão “Repressão e resistência à ditadura no Tocantins” )

19:30 – Filme Debate “O dia que durou 21 anos” (Grupo de Pesquisa e Extensão “Repressão e resistência à ditadura no Tocantins”)

terça-feira, 25 de março de 2014

Ato em repúdio aos 50 anos do Golpe Militar no Brasil acontece nesta segunda, 31, em Palmas


A ditadura militar no Brasil durou 21 anos (1964-1985) e foi um dos momentos mais sangrentos de nossa história. O movimento militar que liderou o golpe em 31 de março de 1964 tinha como pretexto o combate à corrupção e ao comunismo. Todavia, ignorando princípios democráticos, governou o país por meio de Atos Institucionais e instaurou a violência na cidade e no campo. Em relação aos conflitos rurais, o Tocantins foi protagonista na resistência campesina ao regime e à violência militar, como na Guerrilha do Araguaia e na Revolta de Trombas e Formoso.

sexta-feira, 21 de março de 2014

Diretoria da FETAET se compromete em construir Plebiscito Constituinte

Membros do Comitê Estadual do Plebiscito Popular por uma Constituinte Exclusiva e Soberana do Sistema Político participaram na quarta-feira, 19, da reunião da Diretoria Executiva da FETAET - Federação dos Trabalhadores e Trabalhadoras Rurais do Tocantins, em Palmas.

Durante a reunião foi apresentado a necessidade de unidade entre os trabalhadores urbanos e rurais para a construção do Plebiscito Constituinte em nosso país e no Tocantins. As bases históricas que tornam necessárias o Plebiscito, as mudanças almejadas pelo povo, as formas de representatividades que temos atualmente e a participação das mulheres na política também foram temas abordados na reunião com os dirigentes.

A Fetaet já compõe o Comitê Estadual e na reunião foi ressaltada a urgência da organicidade da campanha no Tocantins e a necessidade do envolvimento dos dirigentes em suas bases. O presidente da Federação, Romão Wanderley, em nome dos demais dirigentes, se comprometeu em construir a campanha.

Participaram da reunião representantes do IPDMS - Instituto de Pesquisa, Direitos e Movimentos Sociais, seção Tocantins e MMM - Marcha Mundial das Mulheres.

A Plenária Estadual do Plebiscito Popular por Uma Constituinte Exclusiva e Soberana do Sistema Político acontece no dia 9 de abril, às 19 horas, no auditório do Hotel Estrela, em Palmas.

Cleide Diamantino e Flávia Quirino 

sábado, 15 de março de 2014

Plebiscito é apresentado para comunidade quilombola do Tocantins

O Comitê Estadual do Plebiscito Popular por uma Constituinte Exclusiva e Soberana do Sistema Político participou neste sábado, 15, da Oficina Quilombola: Organização Social e Associativismo, realizada nos dias 14 e 15 de março em Palmas.

Na oportunidade os membros do Comitê falaram sobre a importância do Plebiscito para o povo quilombola, assim como para toda a classe trabalhadora, considerando que as ofensivas do atual sistema político incidem também sobre o povo quilombola nas questões territoriais, com a ofensiva do agronegócio, do latifúndio, a especulação imobiliária, a mídia, a criminalização dos movimentos sociais, financiamento privado de campanhas e da sub-representação das mulheres, negros, indígenas e jovens na política.

A organização do Comitê Estadual e dos comitês municipais e locais também foi apresentada aos participantes da Oficina como uma necessidade de formação e informação da população a respeito das pautas do plebiscito da constituinte.

Ao final das apresentações, as lideranças presentes comprometeram-se em construir o Plebiscito Popular por uma Constituinte do Sistema Política em suas comunidades.

Cleide Diamantino com colaboração de Flávia Quirino

sexta-feira, 14 de março de 2014

Plebiscito por uma constituinte é tema de roda de conversa na UFT

O Plebiscito Popular por Uma Constituinte Exclusiva e Soberana do Sistema Político foi tema da roda de conversa "Mulher e Participação Política" realizada no dia 12 de março, no hall da Biblioteca da UFT - Universidade Federal do Tocantins.

A atividade, em alusão ao Dia Internacional de Luta das Mulheres, contou com a participação de estudantes do curso de Comunicação Social da UFT, teve como debatedoras a professora Dra. Cynthia Mara Miranda e representantes do Comitê Estadual do Plebiscito.

A luta das mulheres trabalhadoras e o contexto histórico do Dia 8 de Março foi abordada pela integrante do Grupo Feminista Dina Guerrilheira, Lorena Duailibe. A importância do Plebiscito Popular por uma Constituinte Exclusiva e Soberana do Sistema Político foi apresentada pela representante do IPDMS e MMM, Cleide Diamantino. “Será por meio do plebiscito que pressionaremos o Congresso para as mudanças necessárias e exigidas pela sociedade para que de fato realizemos as devidas transformações sociais, destacando que os direitos das mulheres só serão garantidos caso haja uma maior participação das mulheres na política”, enfatizou.

A professora do curso de Comunicação Social da UFT, Cynthia Miranda falou sobre a participação da mulher na política e ressaltou a importância da reforma política. “O reforço de estereótipos sobre a imagem da mulher na política tem efeitos nocivos em nossa sociedade na medida em que preserva valores retrógrados, quase sempre colocando a mulher como inábil para exercer funções políticas. A atuação das mulheres na política continua sendo invisibilizada e a propagação de imagens que desvalorizam as mulheres em diferentes meios de comunicação reduzem o nosso papel na sociedade e não contribuem para reduzir as desigualdades entre os gêneros na esfera política”.

Ao final do debate, os estudantes foram convidados para participarem da organização do Plebiscito. A roda de conversa foi realizada pelo coletivo feminista do Comitê Estadual: IPDMS – Instituto de Pesquisa, Direitos e Movimentos Sociais, Grupo Feminista Dina Guerrilheira e Marcha Mundial das Mulheres.

Cleide Diamantino e Flávia Quirino

quarta-feira, 12 de março de 2014

Mulher e participação política é tema de roda de conversa nesta quarta, na UFT

Mulher e participação política, este é o tema de uma roda de conversa que acontece nesta quarta-feira, 12, às 19h, no hall da Biblioteca da Universidade Federal do Tocantins, em Palmas. A atividade é organizada pelo coletivo feminista do Comitê Estadual do Plebiscito Popular por uma Constituinte Exclusiva e Soberana do Sistema Política, em alusão ao 8 de Março, Dia Internacional de Lutas da Mulheres.

A atividade inicia às 19 horas, com debate sobre o histórico do Dia 8 de Março, a participação das mulheres na política e construção do plebiscito popular por uma constituinte. Alunos do curso de Comunicação Social, da disciplina de Comunicação Comparada, ministrada pela professora Dra. Cynthia Mara Miranda, também participam da atividade.

A roda de conversa tem como objetivo levar para a Universidade uma reflexão sobre a sub-representação da mulher na política brasileira e a urgente necessidade de construção coletiva da campanha do Plebiscito Popular por uma nova Constituinte. A consulta ao povo brasileiro acontece entre os dias 1º a 7 de setembro com a seguinte pergunta: “Você é a favor de uma constituinte exclusiva e soberana sobre o sistema político?”.

No Tocantins, o Plebiscito tem sido construído por meio de um Comitê Estadual, aberto a participações, formado por movimentos sociais, organizações sindicais e da sociedade civil organizada. O coletivo feminista do Comitê é, atualmente, formado pelo Grupo Feminista Dina Guerrilheira, Marcha Mundial das Mulheres e IPDMS – Instituto de Pesquisa, Direitos e Movimentos Sociais.

Flávia Quirino

domingo, 9 de março de 2014

Violência contra a mulher é tema de roda de conversa no Instituto Fé e Alegria

No Dia Internacional de Luta das Mulheres, 8 de Março, o Instituto Fé e Alegria de Palmas realizou uma roda de conversa com o tema Violência Contra a Mulher e Tráfico Humano. O momento contou com a participação de representantes de organizações da sociedade civil e comunidade para debater sobre a questão.


Os debates abordaram sobre os problemas que afetam a vida das mulheres, violência, falta de acesso à saúde, educação, entre outros. A ausência de políticas públicas que combatam efetivamente a violência contra a mulher no Tocantins também foi alvo do debate. A indígena Lúcia Xerente, que representou as mulheres indígenas na atividade, falou das problemáticas vivenciadas pelas mulheres indígenas. “Não é fácil ser mulher indígena no mundo do branco” e destacou que assim como na realidade das mulheres não indígenas, a violência mais comum é a doméstica, geralmente em decorrência do uso de bebida alcoólica.


Representando o IPDMS – Instituto de Pesquisa, Direitos e Movimentos Sociais do Tocantins e a Marcha Mundial das Mulheres, Cleide Diamantino falou sobre as formas de manifestação da violência contra a mulher, uma vez que essa violência é considerada como normal e está presente em todas as classes sociais. “As mulheres precisam se organizarem coletivamente para darmos continuidade à luta para conquista de direitos para a transformação da vida das mulheres com o objetivo de superarmos, dentre os vários problemas, também o da situação de violência”, destacou.

No âmbito da violência contra a mulher, a roda de conversa também abordou sobre o tráfico humano. No debate, impactos de grandes projetos e da Copa do Mundo deste ano no Brasil, também causaram preocupação entre os participantes, já que estas atividades potencializam o turismo sexual e como consequência aumenta também as chances de tráfico de pessoas.


A comunidade presente participou com depoimentos, onde foi possível comprovar que os casos de violência vivenciados pelas mulheres são resultado do machismo-patriarcal que sustenta nossa sociedade.

Participaram da Roda de Conversa Diálogos representantes da comunidade, do povo Xerente, da Arquidiocese de Palmas, do Centro de Direitos Humanos de Palmas e Grupo Feminista Dina Guerrilheira, do Hospital Dona Regina, da juventude secundarista, entre outros.


Por Flávia Quirino e Cleide Diamantino

sexta-feira, 7 de março de 2014

Resignificar o 8 de Março – tarefa do cotidiano

Março é considerado o mês da mulher por termos o dia 8 como Dia Internacional da Mulher. Mas pouco se sabe sobre os fatos reais que precedem a história dessa data. O real motivo da comemoração do dia 8 de Março restringe-se, ainda, aos movimentos feministas.
  
Desmistificar os sentidos e significados dessa data, a partir da história das lutas das mulheres socialistas pela conquista dos seus direitos torna-se tarefa para as militantes feministas comprometidas com a luta anti-capitalista, anti-racista e anti-homofóbica.

Caso alguém se interesse em pesquisar sobre a história do Dia 8 de Março encontrará em alguns sites a difundida história da catástrofe numa fábrica em Nova York, matando um grande número de mulheres. O incêndio de fato aconteceu, mas não da forma contada por alguns textos, e nem foi esse o fato que motivou a real escolha da data em comemoração ao Dia Internacional das Mulheres.

O Dia Internacional das Mulheres foi “criado” em 1910, na Segunda Conferência Internacional de Mulheres Socialistas, realizado em Copenhague, com o objetivo de recuperar a história de luta pelo direito da liberdade das mulheres, entre estes o direito ao voto, principal reivindicação da época. Após a decisão de haver um dia para se comemorar a conquista dos direitos das mulheres, as comemorações do Dia Internacional ocorreram em datas diferentes, entre os anos de 1911 e 1920.

Uma manifestação das mulheres russas pedindo pão para seus filhos e o retorno de seus companheiros das trincheiras da 1° guerra mundial, no dia 8 de março de 1917, foi que motivou a escolha da data do Dia Internacional das Mulheres. A data foi definida em 1921, na Conferência de Mulheres Comunistas, em Moscou. O histórico da escolha do 8 de Março como dia Internacional de Luta das Mulheres pode ser encontrado no livro As Origens e a Comemoração do Dia Internacional das Mulheres, de Ana Isabel A. González, produzido pela editora Expressão Popular e pela SOF (Sempreviva Organização Feminista).

Resignificar o 8 de Março é trazer para a ordem do dia as reivindicações de lutas históricas que resultaram em conquistas em prol da liberdade das mulheres. É mostrar para sociedade, que muito já se conquistou, mas que temos muito a conquistar, principalmente, no que se refere à implantação de políticas públicas efetivas que combatam a violência contra as mulheres e que promovam, por exemplo, o aumento do número de creches para que as mulheres possam adentrar o mundo do trabalho.

As reivindicações pelas quais as mulheres lutam diz respeito à autonomia financeira, a não violência contra a mulher e à liberdade de decidir sobre seu corpo. Essas reivindicações resultam em igualdade de direitos numa sociedade sustentada pelo machismo-patriarcal que ainda impõe a submissão da mulher ao homem. Tal submissão há séculos é sustentada e reproduzida pelo Estado, pela Igreja, pela escola e pela mídia tornando a superação dessa situação tarefa complexa, porém possível de ser realizada. As lutas pela liberdade das mulheres são urgentes e imprescindíveis.

A mulher foi o primeiro ser humano a ser escravizado, sendo-lhe imposta então sua condição de subordinação, tendo esse passado colaborado para a visão de normalidade desta situação de subordinação. (Saffioti, 2013)

Cabe a nós, mulheres lutarmos por um Projeto Popular de sociedade anti-capitalista, anti-racista e anti-homofóbica desconstruindo a submissão que nos foi e é imposta cotidianamente, e construirmos uma nova sociedade a partir da alteração do sistema de poder, para assim conseguirmos realizar as mudanças estruturais necessárias como a democratização dos meios de comunicação,  reformas agrária, urbana, na saúde, educação, no judiciário e tributária com intensa participação das mulheres. Eu tô na rua é pra lutar por um Projeto Feminista e Popular!


Cleide Diamantino, pedagoga, militante da Marcha Mundial das Mulheres e membro do IPDMS-Instituto de Pesquisa, Direitos e Movimentos Sociais – Seção Tocantins.

*Texto publicado no site Conexão Tocantins no dia 7 de março de 2014. Segue o link:  http://conexaoto.com.br/2014/03/07/resignificar-o-8-de-marco-tarefa-do-cotidiano