quarta-feira, 31 de julho de 2013

Identidade e Luta de Classes: estudo continua neste sábado, 3



Continua neste sábado,3, às 14 horas, no Bloco I, sala 4, na UFT, em Palmas, o estudo sobre o livro Identidade e Luta de Classes, de Ademar Bogo. O primeiro estudo aconteceu no dia 22 de junho, a proposta é avançar no debate sobre as questões elucidadas pelo autor.

O livro aborda como o "processo de expansão mundial do capital, permeado de crises e solavancos, propiciou grandes transformações econômicas e políticas, principalmente nas últimas décadas. Surgiram – decorrente dessas mudanças – linhas de pensamento que buscaram interpretar a sociedade e o seu desenvolvimento a partir da negação da centralidade do trabalho no mundo atual, tendo a identidade – construção apenas cultural – como o ponto de referência com a individualidade se sobrepondo à coletividade e ao paradigma das classes sociais.

Este trabalho procura, a partir da teoria marxista, centrada nas principais leis da dialética, analisar as mudanças que o capital impõe à sociedade nesta época. As várias identidades – de gênero, de idade, de etnia, de cultura, de subjetividade, vistas pelos pós-modernos como fundamentais – são compreendidas aqui como particularidades da totalidade, submetidas ao antagonismo e à luta entre as classes sociais. O movimento dessas contradições faz com que a unidade de contrários em luta carregue consigo a possibilidade da superação do sistema do capital, colocando a humanidade em outra ordem, justa, segura e solidária entre os seres humanos e as demais espécies colaboradoras para o desenvolvimento da humanidade.

O desenvolvimento do projeto capital no campo e como ele modifica o modo de vida dos camponeses e suas identidades culturais, tornando-as semelhantes a de seus opositores, é outro ponto importante do livro. Porém, ao mesmo tempo que ele “dissolve” a identidade e a tradição da cultura camponesa, traz em si o seu contrário, ou seja, a possibilidade de os camponeses se organizarem e se constituírem em classe, deixando de ser indivíduos isolados e tendo em seu horizonte não apenas a resistência para manter o seu modo de vida ameaçado, mas também um projeto de ruptura e transformação da lógica do capital, perspectiva essa que só terá êxito se levada à frente junto com o proletariado e as massas populares no confronto direto contra as forças da ordem dominante.

O movimento de organização política das forças sociais traz consigo a necessidade de se criar uma identidade de classe, que tenha uma nova militância, com capacidade de manter a unidade política e de ação por meio da prática de valores, a mística e a afetividade. Isso deve servir para se contrapor ao referencial do “cabo eleitoral” ou dos “bons administradores e colaboradores”, da ordem estabelecida, vistas como o suprassumo do momento. Ao contrário, a militância do século 21 deve forjar em si, no processo de luta e na recuperação da memória revolucionária dos que nos antecederam, a verdadeira identidade dos homens e mulheres que queremos que existam no futuro.

Identidade e luta de classes é uma contribuição para o avanço no entendimento de que identidade está no movimento das contradições presente em todas as coisas, mas acima de tudo, na luta de classes, a força motriz da história, em que a classe explorada e dominada luta para tomar o lugar da classe dominante e tornar-se, daí em diante, democraticamente dominante." (Ademar Bogo) 

Participem!

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