Por Vinícius Luduvice, membro do IPDMS, seção tocantins.
Entre os dias 23 a 28 de julho a Brasil
sediou a Jornada Mundial da Juventude (JMJ), recebendo o Papa Francisco que
participou de diversas atividades. Mas o último momento
do Papa Francisco no Brasil ele não esteve com a juventude, mas sim com um
amontoado de políticos conservadores e sua putris[1]-burguesia a
tira-colo e como não “poderiam faltar” os generais das três forças, pois é
claro sabemos de que lado o Papa Francisco sambou durante a ditadura argentina
e sendo assim podemos dizer, diga-nos com quem andou e andas e te diremos quem és, porque a analise
histórica nos trás elementos que desvenda a concretude do real.
Em
um discurso “semi-presidencial” onde o que se ouviu em alto e bom “som” foi o
pedido de “... paz entre governantes e governados” e da união entre os
empregadores – leia-se burguesia - e empregados – leia-se proletariado - para
que se unam, numa tentativa eminente de findar a luta de classes. Quem tiver ouvidos que ouça discursos
afinados numa clara tentativa de conciliação de classe!
O
vice presidente ainda teve a coragem cínica de dizer que na volta do Papa
Francisco supostamente em 2016 as portas das casas brasileiras estarão abertas.
Quais casas? Aquelas que
ainda vão existir como as do Movimento dos Trabalhadores Sem-Teto? Ou seria a
do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra?
O
povo brasileiro quer saber onde está o paraíso que o vice-presidente diz ter sido
essa semana o Brasil, pois continuamos sem reforma agrária, sem a
democratização do solo urbano, sem a democratização dos meios de comunicação,
sem soberania energética, sem educação publica de qualidade, sem saúde de
qualidade, sem acesso a cultura e sem uma
Assembléia Constituinte Exclusiva que promova a Reforma Política.
Se não fosse trágico seria cômico – mas pra
isso temos a tragicomédia – durante uma Jornada Mundial da Juventude o Papa
sair do país distante dos/as Jovens é no mínimo um contra-senso. Mas em meio a
tantos contra-sensos, como nos gastos da “vossa santidade”, o que significaria
mais um?!
Até
as cordas do carnaval de salvador “são mais democráticas” do que a despedida do
“papafolia” no Galeão. Não podemos deixar de admitir que vimos algumas crianças
brancas - bem vestidas e bem alimentadas - que até pereciam ser da Cracóvia, que
na fila das necessitadas ficariam bem distantes do inicio da fila. Não
acreditamos que aquela família que foi abençoada pelo Papa na despedida seja
moradora de uma das casas do programa “minha casa minha vida”, apesar de ter
umas 10 crianças na sua constituição.
Onde
ficou a “...postura de Cristo junto aos pobres da terra”? Terra essa que
constantemente vimos e ouvimos figurar sua putris-burguesia nas listas dos mais ricos do
mundo. Será que essa mesma lista é capaz de listar os 10 mais pobres do Brasil?
Onde ficaram os/as jovens “nem-nem”? É isso mesmo jovens que nem conseguem
trabalho nem conseguem estudar.
Se
foi possível estar longe da juventude na despedida, porque não foi ao encontro
dos companheiro e companheiras da Comissão Pastoral da Terra
(CPT), do Conselho Indigenista Missionário (CIMI), do Conselho Pastoral dos
Pescadores (CPP), do Serviço Pastoral
dos Migrantes (SPM), da Pastoral da Juventude Rural (PJR) que desde o dia 23 de
julho tinha feito um convite para que o mesmo “...pudesse pessoalmente
conhecer de perto a realidade do povo das comunidades com as quais trabalhamos
para dar-lhes uma palavra de incentivo e afeto...”.
Mas
afinal onde a juventude do JMJ estava não sabemos dizer, mas onde ela deve
estar temos a certeza que é organizada e nas ruas na construção incessante de um
Projeto Popular para o Brasil, pois “... nós podemos tudo, nós podemos mais
vamos lá fazer o que será...”
[1]
Podre em latim.
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