Da Página do MST
Na próxima quinta-feira (3), as centrais sindicais, associações, integrantes dos movimentos sociais do Brasil, reunidos no Comitê Estadual de Defesa do Petróleo, se mobilizam contra o leilão do campo de Libra em frente à Petrobrás, na Avenida Paulista, em São Paulo.
As organizações pedem que o governo federal suspenda o leilão das reservas do pré-sal, marcado para o próximo dia 21 de outubro, ao considerarem o leilão um crime de lesa-pátria. Para elas, o governo coloca em risco não só a soberania, mas também o desenvolvimento do Brasil.
A lei 12351/10 permite que a Petrobrás seja contratada como única operadora das áreas do pré-sal.
Trata-se do maior campo de petróleo do mundo, que, sozinho, pode fazer jorrar até 12 bilhões de barris de petróleo, e que será leiloado por R$ 15 bilhões. Entretanto, as organizações apontam que seu rendimento pode chegar a US$ 1,5 trilhões, o equivalente ao Produto Interno do Bruto (PIB) do Brasil.
Na campanha eleitoral de 2010, a presidenta Dilma Roussef, inclusive, afirmou que o pré-sal era o passaporte para o futuro do Brasil e que não iria entregar suas áreas à exploração estrangeira. “Entregar a exploração do pré-sal para as empresas estrangeiras é tirar dinheiro do Brasil”, declarou a presidente na campanha.
As organizações também denunciam que as empresas multinacionais que querem explorar o pré-sal não investem no país. Precarizam o trabalho com mão de obra terceirizada e não geram empregos no Brasil. E citam como exemplo os 62 navios feitos pela indústria de petróleo, em que 59 são da Petrobrás e três da PDVSA (estatal venezuelana). Nenhuma petrolífera privada encomendou navios no Brasil.
Além da suspensão dos leilões de petróleo, as organizações também defendem uma Petrobrás 100% pública e estatal, que os recursos do pré-sal sejam aplicados em saúde, educação, saneamento e desenvolvimento social.
A concentração será em frente à Petrobrás, na Avenida Paulista, 901, às 17h da próxima quinta-feira (3).